segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sexta-feira 13, Agosto 2010. Local: Montalegre.

Não dá para explicar.
Descrever? Impossível...
Resumir?... Talvez. Mas não garanto nada...

A festa (pelo menos a minha) começou por volta das 15h com a arruada do trio "o Bom, o Mau e o Vilão" pelas ruas da capital embruxada. A caixa marcava passo, o acordeão garantia a melodia, a guitarra seguia-o a espaços e o megafone espalhava a pergunta de ordem do dia: "Mas quem será o pai da criança?". Os que ouviram sabem a resposta, com certeza...
Assim se cantou e dançou (e bebeu) durante toda a tarde, com direito a uma gravação do esconjuro nos estúdios da Rádio Montalegre, na companhia do Bruxo-Mor, o ilustre Padre Fontes.

Jantou-se e seguiu-se para a animação de grande parte dos restaurantes da vila. Todos ficaram a saber quem é o pai da criança. E todos, sem excepção, garantiram a boa disposição dos músicos, ao oferecer a cada um uma boa dose de líquidos de considerável teor alcoólico.

Houve músicos a preferir Coca-Cola. Não foi o meu caso.

O fogo de artifício no Castelo dava sinais de que a queimada estava pronta. E os cerca de 30.000 visitantes, portugueses e estrangeiros - com especial referência às "nuestras hermanas", que também decidiram presentear-nos com a sua visita - lá se encaminharam para os potes de poção mágica. E aí, sim, começou a noite: Enfeitiçados, possuídos, loucos de toda a espécie invadiram os bares de Montalegre e fizeram desta noite a maior festa local desde que me lembro de ser pessoa!

Quem lá esteve sabe como foi. Quem não esteve... para o ano há mais!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pensamentos...

"O mal de todas as coisas começa em mim e na minha incapacidade de acreditar que pode ser meu o primeiro gesto da mudança."

Calculo que já exista um sem número de frases com significado semelhante, mas esta é minha. Pensei-a eu, ontem, enquanto lavava a loiça.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A insustentável ingratidão do ser

Domingo á noite, sentado no sofá da sala em frente à TV, fiz o zapping mais curto da história. Isto porque, após começar na RTP1, parei logo na RTP2, colado que fiquei a ver "O Que Diz Molero", uma peça interpretada por Zé Pedro Gomes e António Feio.
Sei perfeitamente que aquilo que mais me atraíu naquele momento foi o facto de estar ali, à minha frente, a falar e a mover-se de um lado para o outro, alguém que, horas antes, tinha deixado este mundo.

Fosse este um domingo qualquer, e eu passaria pela RTP2 com a mesma velocidade com que passo pelo canal Bloomberg. Mas não era. E fiquei a ver.

Uns largos minutos depois - quando consegui descolar dos estranhamente atraentes semblantes a preto e branco - passei pela SIC e tornei a parar na TVi. Estava a dar a Conversa da Treta. E aí, sim, colei a sério! Colei e ri-me à gargalhada, sozinho, como há já muito não acontecia! Apreciei cada segundo de humor debitado por essa dupla perfeita que, como ninguém, sabia esmiuçar a essência do tuga, no estilo, nos gestos e, claro, na linguagem cacofónica. Sempre gostei da Conversa da Treta mas julgo nunca me ter dado tanto para rir como naquele momento.
E depois de uma hora praticamente seguida a rir em fartote, parei e pensei em como é injusto que as coisas sejam assim. Como somos ingratos ao deixar que, na maioria das vezes, a morte de alguém seja o único empurrão com força suficiente para nos levar a entrar na sua sala de troféus e a apreciar, aí sim, ao máximo, tudo de bom quanto essa pessoa conquistou e nos ofereceu.

Não escrevo por se tratar do António, do Manel ou do Joaquim, até porque o Feio foi um artista enorme, com dispensa a enaltecimentos.

Escrevo-o, sim, porque me parece ser uma triste verdade.